quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Coração = (L) ??? O meu não!!!

Ás vezes ainda me assusto com a modernidade. Sinto-me uma vanguardista obsoleta, vendo pessoas que se conhecem e desconhecem na velocidade da luz. As relações pessoais hoje praticamente se baseiam no seu status no MSN. Eu não te quero mais? Bloqueio-te. Apago suas mensagens, te excluo e não se fala mais nisso.
É como se a esquecêssemos que por trás do teclado existe alguma gota vagabunda de sangue correndo, já que não tem ninguém nos olhando ou criticando, já que podemos escolher a foto mais bonita e mostrar apenas as melhores qualidades.
Claro, é inevitável ver as inúmeras vantagens nessa maneira de relacionamentos, como sabiamente disse Marshall, "os meios de comunicação são a extensão do homem"; estão aí para se tirar proveito deles, se eu não posso estar ao lado de quem quero bem, a internet faz essa ponte com maestria. É só tomar cuidado para não se sentir dentro de um catálogo de pizza.
Mas eu confesso á vocês que o que realmente me entristece, é o fato de que talvez nossos filhos jamais sintam a deliciosa sensação de ficar espiando na janela o carteiro chegar, trazendo um pedacinho de alguém, um papel escrito pelas próprias mãos de uma pessoa querida. E quem poderá esquecer-se da alegria de receber uma foto com uma linda dedicatória na parte de trás?
Sofro, pois é complicado ser romântica nesses tempos virtuais. È difícil se adaptar á era da tecnologia integrada á intolerância, da tentativa da eivação da dor, do fast-food sentimental, da miséria afetiva. É doloroso lembrar-se de nossos diários trancados a sete chaves e deparar com vitrines humanas, onde as pessoas perderam o sentido da palavra privacidade e expõem seu dia-a-dia para quem quiser clicar, onde o número de amigos que se tem nas redes sociais é quase tão valioso quanto a conta bancária, como se isso garantisse que jamais estaremos sozinhos.
Eu, como guerreira contra a corrente, tento fazer com que a tecnologia não sugue de mim o romantismo, ainda sonho em reviver o prazer de receber flores (de verdade!), o encanto de um bilhete escondido, ou a incrível experiência de uma lágrima de saudade.
Nós não podemos subestimar o amor frente à maneira com que as pessoas o sentem hoje. Acredito ser nosso dever, como última geração que o tocou, tentar preservá-lo do jeitinho que ele nos foi ensinado, mesmo que para isso tenhamos que adaptá-lo à nossa tumultuada vida tecnológica.
Pelo menos para mim, o amor estará sempre on-line.

Que o inquilíbrio esteja sempre convosco! Amém!

Que o inquilíbrio esteja sempre convosco! Amém!

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